Quem nunca se deparou com uma situação de explícita exclusão. Bom, nada mais normal do que a falta de disposição em investir em um relacionamento com alguém que parece irremediavelmente antipático. Mas, afinal de contas, quanto vale a vida se censuramos previamente tudo aquilo que não se ajusta aos nossos parâmetros.
De que presta a existência se nunca nos mostramos disponíveis a entender aquilo que nos parece, às vezes, repelente. O que me encomoda profundamente é a falta de sensilbilidade de alguns indivíduos, que utilizam de mecanismos grosseiros para se sobressair socialmente, tais como a humilhação ou difamação de outros.
A ausência de estímulo para buscar o convívio com alguém é perfeitamente aceitável; porém, contornar os limites do respeito constitui-se em caminho certo para a depravação das relações sociais. Algumas atitudes ferem intimamente as pessoas. E, infelizmente, o autor de disparates nem se dá conta dos males que causa. Daí a insensibilidade. De certo, a tendência que se tem em rebaixar o semelhante resulta de um estado próprio de inquietação. Ou seja, um insulto ou má apreço pode ser conseqüência da não-aceitação de quem os faz.
Mas, ainda que a lógica seja esta, é completamente irracional a vontade de ver o outro em um situação na qual nunca gostaríamos de estar. Por mais esperançosos que somos, ou por mais que mudemos de circunstâncias, sempre estas situações se impõem a nossa vista. E, a partir desse diagnóstico, algumas conclusões também saltam aos olhos: o problema é bem mais sério do que se pensava.
Do âmbito biológico, ações assim caracterizadas, devido a sua distribuição abundante em todos os meios de civilização, são um exemplo de adaptação evolutiva. Desse modo, reprimir o outro representa um verdadeiro instinto de sobrevivência, que de fato funciona (?). É algo como a briga entre dois machos pela disputa da fêmea, no mundo estritamente animal. Mas no universo humano, nem sempre está em jogo a "posse" da fêmea. Na verdade, na maioria das vezes, quem sofre do rebaixamento moral é alguem que não oferece riscos emintente ao nosso estado sexual, se é que me entendem. E é justamente esse o ponto que dói: a gratuidade do mal trato; a covardia que rege tais acontecimentos.
Entender esses procedimentos não é difícil. Quantas vezes não somos nós os agressores. Por mal, esse em um meio que geralmente nos faz sentir certo ar, ilusório, de superioridade. Mas entendê-lo em essência tranforma-se em algo extremamente imcompreensível. Por quê usar de tais artifìcios? Por quê não busca o auto-crescimento como ponte para o destaque junto à sociedade? E a resposta também soa com ar de simplicidade: é muito mais difícil e trabalhosa a construção do que a derrubada. Eis aí uma das razões óbvias da degradação da humanidade.
O mundo conflui para o caos porque as pessoas cada vez menos buscam melhorar. O atalho para a ascenção social reside na inibição de outros possíveis talentos. Estes, não são as vítimas, uma vez que sua reação tímida e intimista é tida como estímulo para a continuidade desse processo. E, enquanto isso, nós todos vamos mergulhando mais e mais na porcaria.
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