O método dialético de Sócrates está ligado à sua descoberta da essência do homem como alma (psyché) e tendo o modo consciente a despojar a alma da ilusão do saber. Como sistema de ensinamento usava o dialogo em sintonia com a razão para levar o interlocutor ao encontro da sua alma, fundamentalmente de natureza ética e educativa.
Pode-se dizer que o método de Sócrates é dividido em duas partes; na primeira, feita a pergunta, ele procura mostrar ao interlocutor a insuficiência da resposta dada e mostra que estas são sempre preconceitos recebidos, opiniões subjetivas e não a definição buscada. A isto, dá-se o nome de ironia; por isso ele não era bem visto. A forma de levar o ouvinte a dar conta de que não sabe aquilo que julgava saber e para melhor entender a si mesmo, era posta como finalidade de quebrar a solidez existente na própria pessoa.
Então na segunda parte, ele vai sugerir caminhos para que o interlocutor seja capaz de encontrar a resposta procurada a em si mesmo. O que recebe o nome de Maiêutica, pela arte de ajudar o interlocutor a se despojar de tudo aquilo que se diz saber e o que Sócrates fazia para conseguir desmascarar a pessoa e pôr a frente de sua vaidade, era uma das finalidades de seu método, a ironia, sendo uma espécie de reconhecer a sua própria ignorância. Mas, isto muitas vezes tinha uma aparência negativa e até mesmo revolucionaria para os cidadãos atenienses.
Através da simulação, pode-se chegar a esses caminhos traçados por Sócrates, com a finalidade de discernir as aptidões, sendo este um método de análise crítica e sobre tudo um método pedagógico na busca pela verdade através do diálogo. Assim, o interlocutor é convencido do bem que o homem pode ter pela purificação da alma, aprendendo a filosofar e se cuidar com um estímulo irresistível da própria vida.
Por razões de método, o dialogo conduz a varias questões que não chegam a uma solução, isto para colocar o interrogado no caminho em que ele mesmo possa encontrar a solução e demonstrar a sua capacidade de uma nova visão filosófica. No entanto, é evidente que esses métodos provocam discussões e irritações ou reações indesejadas nas pessoas as quais dizem saber tudo. Com isso, provoca o verdadeiro efeito de purificação das falsas certezas. Assim compreende-se que, todos os métodos usados por Sócrates: a ironia e maiêutica tem uma determinada finalidade em estar sempre colocando o homem diante de vários questionamentos, no qual leva a um processo de purificação da alma pelo conhecimento já adquirido. E põem a descobrir que ele sabe pouco daquilo que tinha intrínseco a tal conhecimento.
Portanto é importante ressaltar as duas passagens dos diálogos de Sócrates pelo seu método. No qual não se encara como um mestre; porém entende que ele limita-se apenas a interrogar, sem ensinar coisa alguma. Mas não pode ver este ilustre homem de Atenas somente como um educador em que sua atividade não era outra coisa senão ensinar através de um “método” de ensino, cuja marca foi deixada por afirmar que “não ensina aquilo que se ensina”. E diante de tudo isso se pode dizer que Sócrates realmente foi um grande mestre, pelas atividades que exercia mesmo que ele não se deixa considerar, mas sim, pelo método que usou para ensinar de forma diferente e tendo como finalidade fazer que o homem faça suas interrogações e descubra a purificação do seu conhecimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABBAGNANO, Nicola. História de Filosofia. Trad. Antônio Ramos Rosa, Antônio Borges Coelho. Lisboa. Presença, 1984.
MONDIN, Battista. Curso de Filosofia, vol.1. São Paulo. Paulus, 1982.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia, vol.1. São Paulo: Paulus, 2007.
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