Por: Neiva da Silva Martinelli
Aristóteles busca estabelecer a ciência da sabedoria, investigando as primeiras causas e princípios das coisas.
Todo o homem busca o saber, e a filosofia é a busca, o amor pelo saber, é a ciência que estuda as causas últimas de todas as coisas. É considerada a mãe (base) do conhecimento universal, pois estuda todas as realidades, a totalidade, o universo tomado globalmente. Filosofia é teorética, que se forma na investigação dos primeiros princípios e causas, e o bem sendo uma das causas, é também sua finalidade.
A natureza da Filosofia vem do entusiasmo, da admiração, da dúvida, e foi para fugir à ignorância, pelo desejo de saber (gerado pelo deleite da visão), que os homens começaram a filosofar. A falta de compreensão, a inquietude, e a falta de certeza a respeito das coisas em si, e tampouco a si mesmas, despertaram nos homens a admiração, agitando seu interesse, para investigar, questionar a realidade. É o desejo de saber por saber, desinteressado, que não busca utilidades, mas a si mesmo. Eis a liberdade da Filosofia, pois existe por si só, por isso é considerada uma aquisição divina, um discurso admirado ou espantado com o mundo.
O nascimento da Filosofia deu-se a partir do momento que o homem entrou na fase do ócio, do lazer, quando não se preocupava com coisas úteis e necessárias, ficando “desocupado”, liberado para ocupar-se das questões do saber, de buscar conhecer o que as coisas são em si e por si mesmas. A liberdade passa a ser uma condição que torna possível a vida do filósofo.
Assim, para Aristóteles a metafísica é a ciência mais elevada, suprema, pois ir às causas das causas terá que se chegar numa causa incausada necessariamente, que só pode ser admitida pela existência de um Deus supremo, que pensa e contempla a si mesmo. E a admiração, fonte do filosofar, é uma atitude metafísica.
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