Moore, George Edward (1873-1958)

George Edward Moore, mais conhecido como G. E. Moore, (4 de novembro de 1873 – 24 de outubro de 1958) foi um importanre e influente filósofo britânico educado em Dulwich College.

George Edward Moore nasceu em Londres e dedicou ao latim e ao grego a maior parte de seus estudos secundários. Foi como estudante de letras clássicas que entrou, em 1892, noTrinity College, na Universidade de Cambridge. A amizade com Bertrand Russell conseguiu convencê-lo a voltar-se para a filosofia. A vida "sem história" e a carreira de Moore foram inteiramente devotadas ao trabalho filosófico, começando pelo fellowship em Cambridge, de 1898 a 1904, percorrendo os anos em que Moore não exerce nenhuma função acadêmica, de 1904 a 1911, o magistério em Cambridge de 1911 a 1939, até os últimos anos de ensino efetivo, durante a Segunda Guerra Mundial, nos Estados Unidos. De 1921 a 1947 também foi diretor da revista filosófica Mind.

Moore decerto não foi tanto um construtor de sistemas quanto um iniciador fecundo e um crítico vigilante. Juntamente com Russell foi co-fundador do movimento analítico em filosofia. No início do século exerceu influência benéfica sobre seus contemporâneos, sentida como vivificante e sobretudo liberadora, tanto no tocante ao idealismo e a certo obscurantismoneo-hegeliano quanto no tocante à respeitabilidade vitoriana: o Bloomsbury Group o considerou um mentor. Filosoficamente, inaugurou o renascimento do realismo na Inglaterra e forneceu à análise os fundamentos que lhe permitiram o progresso, bem como métodos zelosamente aprimorados e trabalhos exemplares. Um de seus comentadores não hesita em ver nele "o mais agudo, o mais hábil questionador da filosofia moderna".[carece de fontes]

É por certo "um filósofo para os filósofos".[carece de fontes] Confessou um dia com candura que o mundo e as ciências lhe teriam proposto problemas filosóficos, mas que as estranhas asserções dos filósofos muitas vezes lhe pareceram bem enigmáticas. Daí decorrem por certo dois aspectos importantes da empreitada de Moore: a defesa do senso comum e a elucidação das proposições. O campo de sua aplicação da análise é vasto: comporta os enunciados do próprio senso comum, os enunciados de percepção e os enunciados filosóficos. A reflexão sobre as técnicas de análise recebeu de Moore uma atenção especial, mas foi à leitura dos trabalhos do seu amigo Russell que Moore dedicou mais tempo e cuidado.

Foi também mestre e amigo do jovem Wittgenstein. Mas os filósofos da segunda geração, como Austin, Malcolm, Strawson, reconhecem nele o iniciador de um método de análise atenta ao uso e preocupada com as matizes do senso comum. Moore aparece assim no ponto de articulação entre a "antiga" e a "nova" análise. Compreende-se também por que a interpretação global de sua obra é motivo de controvérsia: assim é que alguns o glorificam por ter sido (através de seu artigo de 1925, A Defense of Common Sense), ao passo que outros, como Ayer, lhe são reconhecidos sobretudo por ter permitido à filosofia britânica resgatar sua verdadeira tradição, o realismo e o empirismo, depois do episódio aberrante do neo-idealismo hegeliano.

Homem de ensino e do verbal mais que do escrito, de discussão e de argumentação, homem da indagação, polemista às vezes feroz, crítico sempre vigilante, Moore apareceu para seus contemporâneos como "a prova viva da importância que em filosofia têm a honestidade, a clareza, a integridade e um pensamento atento. De sua obra, Warnock escreve que é "em sua essência tão simples, tão direta, tão inteiramente cândida e desprovida de preconceitos que mal parece filosófica. É simplesmente discussão (it is just argument). Talvez seja esta sua virtude específica, segredo de sua força"

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