A falta de segurança tem causado grandes discussões no meio acadêmico, político, social e, sobretudo no religioso por meio da Campanha da Fraternidade realizada a cada ano pela Igreja Católica através da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que com temas excepcionalmente relacionados à sociedade, visa promover valores que acentuam maior dignidade à pessoa humana inserida nesse contexto social.
Muitos líderes de diversos poderes tentam explicar o problema da falta de segurança pública, o que acontece há muito tempo. O fato é que, explicações não resolvem o problema. Neste ano a CNBB escolheu como tema da Campanha da Fraternidade: “Fraternidade e Segurança pública” e lema: “A Paz é fruto da justiça”.
É uma discussão política e social, mas, sobretudo é uma discussão humana, pois o governo não pode, por lei natural (Sto. Tomás) engessar e manipular o pensamento da sociedade, pois, cabe ao governo , uma vez que o Estado é um poder temporal, promover e assegurar o bem comum.
O ser - humano tem por natureza própria o desejo inquiridor, deseja saber a razão das coisas existirem e serem tais como são no universo ao qual pertencem.
Cícero dizia que a filosofia “é o estudo das causas humanas e divinas das coisas”. Portanto vemos que é direito do homem, pensar e buscar as respostas para as perguntas que lhe são impostas pela realidade à qual habita.
“Primum vivere, deinde philosophare” (primeiro viver, depois filosofar), diz um célebre provérbio latino. O sentido é que, sem determinadas condições sociais, econômicas e políticas, torna-se difícil qualquer especulação filosófica (como, além disso, qualquer outra atividade cultural séria).
Vê-se na atualidade uma “quebra” da busca pela verdade. Poder-se-ia comparar um político a um sofista. Porque os Sofistas buscam o sucesso e ensinam como conseguí-lo e, segundo eles, para ter sucesso é necessário fazer carreira. Usam da arte de persuadir, diferentemente da filosofia, que é procura da verdade.
O Estado, segundo Santo Tomás, é uma sociedade, isso porque é “coadunatio plurium ad aliquid communiter agendum.” (união de muitos para fazerem alguma coisa em comum.) e porque tem um fim próprio, o “bonum commune” (o bem comum).
Pode-se dizer que as relações entre Estado e Igreja são semelhantes às relações entre filosofia e teologia; o Estado subordina-se à Igreja como a filosofia à teologia, mas no seu campo tem plena autonomia como a primeira a respeito da segunda.
Concluindo, podemos analisar que é dever de todo ser – humano se empenhar na busca pela segurança pública. Não cabe apenas ao estado trabalhar para o bem comum da sociedade, mas também ao homem, segundo Santo Tomás, “o Estado nasce da natureza social do homem e das limitações do indivíduo”. De fato, todos são responsáveis pelo bem comum, uma vez que todos estejam inseridos na sociedade enquanto lugar da habitação humana.
Que o homem, enquanto ser político e social busque intrinsecamente o bem comum e a verdade nele contida para que a Campanha da Fraternidade não termine em meras explicações sobre segurança pública, mas que germine as sementes da Paz, que é fruto da justiça.
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